quinta-feira, 17 de novembro de 2011

UMA QUESTÃO DE ORDEM (Danuza Leão)


Eles invadiram nossa praia sem pedir licença, mas estão exagerando. Quando ouvi falar, pela primeira vez, que os homens estavam indo fazer pés e mãos, fiquei chocada. 
Mas, como virei moderna, hoje penso que todos têm a obrigação de cuidar de suas extremidades, sim, mas que sejam atendidos em casa, pois a postura de um homem fazendo as unhas não combina com a masculinidade. E desde que não usem esmalte incolor, como o caixa do banco: fui pagar conta e fiquei em tal estado de choque que quase chamei o segurança.
OK, tudo bem, os costumes mudam, mas não é possível se apaixonar por um homem que faz escova. Eles já usam aro no cabelo e brevemente vão estar de franja e fivelinha. Ah, não, não vejo um homão de verdade fazendo as sobrancelhas e se depilando.
Imaginar que um possa dizer, antes (ou depois) do amor, "Cuidado para não desmanchar meu cabelo" não dá. Metrossexual? Me engana que eu gosto.
Não acredito que esses "novos" homens façam o coração de uma mulher bater mais forte, e deve ser por isso que elas andam mais desencantadas. Onde estão aqueles que nos faziam perder o rumo de casa? Onde é que foram parar? Tão bom ouvir um "Com esse decote você não sai comigo". 
Do jeito que as coisas vão, um dia os papéis vão ser trocados, a mulher vai ter que por limite, dar um murro na mesa e dizer: "Tudo bem você usar meus cremes, mas meu batom, minhas calcinhas e meu sapato, isso não". 
É preciso botar ordem na casa: ou se é mulher, ou homem, ou gay. Era assim, pelo menos.

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